A compra de carro em leilões é uma modalidade que vem crescendo cada vez mais no mercado brasileiro.
Motivos como a crise econômica, o aumento do endividamento e a descapitalização dos consumidores têm levado muitos a experimentarem essa modalidade de negócio — tanto por parte de clientes quanto das lojas, que adquirem os veículos para revendê-los.
O principal atrativo da compra de carros em leilões é o valor do produto. Um veículo em leilão geralmente é comercializado por um preço cerca de 30% abaixo do praticado no mercado tradicional. E esse desconto pode ser ainda maior, dependendo das circunstâncias.
Mas pensar apenas no preço pode ser um grande erro por parte do comprador. O mercado de leilão é bastante diferente do convencional, e é preciso reunir o máximo possível de informações sobre o segmento para garantir um bom negócio, sem espaço para arrependimentos.
Por que os carros vão a leilão?
O primeiro passo para se aventurar no mundo da compra de carro em leilões é entender os motivos pelos quais os veículos estão ali. Muitas pessoas acham que só vão encontrar em leilão produtos muito danificados, que passaram por viários acidentes e estão em péssimas condições. Mas isso está longe de ser verdade.
Há muitos modelos praticamente novos, que vão a leilão porque o proprietário não conseguiu honrar com o pagamento das parcelas do financiamento assumido.
Em alguns casos, também acontece com carros que sofreram algum tipo de dano no transporte entre o fabricante e a concessionária. Ou seja, eles estão de fato novos, mas foram rejeitados pela concessionária.
No mais, as situações que levam um veículo a leilão estão ligadas a sinistros, o que engloba roubo, furto, batidas, perda total, documentação irregular ou precária, dívidas de IPVA, multas e inadimplência.
Como saber exatamente o que houve com o carro?
Existem alguns caminhos para saber o que aconteceu com o automóvel que você quer. Em um veículo que teve diagnóstico de perda total, as marcas são claramente visíveis.
Mas carros com problemas de documentação e inadimplência, por exemplo, não demonstram na aparência o que os levou àquela situação.
Em primeiro lugar, é importante saber que o organizador do leilão é obrigado a informar os problemas que um veículo tem, a partir de um descritivo.
Isso já é um primeiro passo e ajuda bastante, mas a pesquisa deve ir além. As leiloeiras costumam abrir visitas a lotes de automóveis e, nesse momento, é preciso ficar muito atento aos detalhes.
O principal problema é que, em muitos casos, não é permitido entrar no veículo nem testá-lo. Por isso, pode ser fundamental contar com a ajuda de um profissional, como um mecânico de confiança.
É essencial avaliar itens como pintura, lataria, pneus, vidros, chassi e demais acessórios. Se possível, também é recomendado verificar se o automóvel está com óleo, se apresenta água ou líquido no radiador, se a correia dentada não está rompida e se falta alguma peça no motor.
É essencial saber que a lei protege os consumidores de problemas que tenham sido ocultados pelo vendedor. Caso isso aconteça, é possível cobrar seus direitos por via judicial.
Como avaliar se o preço está bom?
A avaliação do preço é uma etapa imprescindível. Em primeiro lugar, é preciso ver se o valor cobrado está dentro daquela margem de 30% abaixo do que é praticado pela tabela Fipe.
Também é recomendável fazer uma pesquisa em sites de classificados de vendas, como a OLX, além de publicações de revendas de veículos.
Outra prática importante é contabilizar os gastos que você vai ter com eventuais reparos do veículo, com a comissão cobrada pela leiloeira (que em geral é de 5% sobre o valor do produto) e com a taxa administrativa do leilão, que é variável. Coloque na mesma conta os custos com a nova documentação, que fica a cargo do cliente.
Devo pagar as dívidas do antigo dono?
Esta é uma questão que gera muitas dúvidas em quem está pensando em adquirir um carro em leilão, uma vez que, no modelo tradicional de compra e venda de veículos, o novo proprietário precisa assumir eventuais débitos deixados pelo antigo.
Mas isso não acontece quando o automóvel é de leilão. A quantia que o comprador paga é a mesma utilizada pela organizadora para quitar qualquer débito existente. Por isso, nunca aceite arcar com dívidas em aberto (incluindo taxas de permanência no pátio, por exemplo), porque essa prática é ilegal.
Esse regramento, inclusive, está previsto no Código de Trânsito Brasileiro, por meio do artigo 328.
Como saber se o leilão é confiável?
Os leilões de carro no Brasil, em geral, são realizados pelo Departamento de Trânsito, Receita Federal ou pelas seguradoras. Todos são obrigados a comunicar oficialmente a realização do leilão por meio da publicação de editais.
O ideal é procurar por esses editais, lendo o documento do início ao fim. Só assim você terá garantia de que o leilão é confiável, além de já obter as informações necessárias para participar do processo.
Vou conseguir segurar o carro comprado em leilão?
Uma das situações mais denunciadas e temidas é o fato de que muitas seguradoras se recusam a fazer a cobertura de um automóvel que veio de leilão.
Mas isso constitui prática abusiva e tem previsão no Código de Defesa do Consumidor, por meio do artigo 39, IX.
A seguradora só pode se recusar a prestar esse serviço depois de uma vistoria técnica e com justificativas razoáveis (e ser comprado em leilão não se encaixa nesse critério). Também não é permitido que a seguradora cobre valores abusivos nessa situação.
Então, por regra, o comprador não vai ter problemas em segurar um carro adquirido em leilão, desde que fique atento aos seus direitos e ao que está previsto nas leis — que devem ser igualmente seguidas pela leiloeira, claro.
Este post foi um resumo do que é e como funciona o mercado da compra de carro em leilões, trazendo dicas e orientações para quem considera essa opção.
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