Muitas pessoas não sabem, mas a cor do veículo é um dos quesitos que influenciam de forma considerável no preço final do produto. Na hora de tirar o zero-quilômetro da concessionária, o impacto não é tão grande, porém no momento da revenda esse é um detalhe que pode fazer uma grande diferença.
Estudos de mercado realizados com carros de valor entre R$ 20 mil e R$ 40 mil apontam que a depreciação pode chegar a mais de 13%, dependendo do modelo e da categoria do veículo. Um contraste bastante significativo, quando falamos de seminovos e usados.
Se você quer entender o lucro ou prejuízo que você pode ter para revender um carro conforme a sua cor, acompanhe os tópicos que preparamos abaixo, com os prós e contras das cores mais comuns que encontramos no mercado brasileiro.
Supremacia prata
Além da estética e da beleza do carro, um dos quesitos mais relevantes a se levar em consideração na hora de escolher a cor do veículo é o quanto ela vai impactar no custo com a manutenção da lataria.
Em termos de facilidade para manter a boa aparência externa do carro, a cor prata continua sendo a mais indicada, pois ela disfarça riscos, sujeira e o desgaste como nenhuma outra.
Ultimamente, porém, o consumidor tem mudado um pouco a sua visão com relação às cores de veículos e tudo indica que a supremacia prata pode estar se aproximando do fim.
Uma pesquisa feita com diversos tipos de automóveis (hatch, sedan, utilitários esportivos, picapes, minivans e peruas) coloca o prata sempre na lista das três cores que mais desvalorizam. Na categoria de sedans, ela é a cor com o maior índice de depreciação: 10,66%.
Por isso, vale pensar duas vezes e estudar bem o mercado atual.
Preto: o preço da elegância
Depois do prata, a cor que continua sendo líder em volume de venda de carros no Brasil ainda é o clássico preto.
Ela não tem o benefício que o prata oferece, de esconder bem danos e poeira — pelo contrário, é tida como a pior nesses critérios. Mas apresenta outros atributos que fazem a cabeça de muitos consumidores.
O trunfo no caso da cor preta é a elegância que a tonalidade transmite. Muitas pessoas, inclusive, acreditam que o preto é a cor mais procurada do mercado, simplesmente porque é considerada a mais bonita.
Pode até ser o caso, dependendo do gosto. Mas hoje em dia também é preciso ter atenção antes de escolher o clássico preto. Assim como o prata, a cor parece estar passando por uma saturação de mercado, o que vem gerando uma desvalorização acentuada nos veículos com essa tonalidade.
Ela não chega a ser a cor com o maior grau de depreciação, porém está frequentemente nas primeiras posições. Na categoria de sedans, minivans e peruas, por exemplo, o preto está na segunda colocação, com margens de desvalorização que superam os 12%.
Cinza coringa
Espécie de meio-termo entre quem não quer prata nem preto, mas também não gosta de arriscar muito, o coringa cinza ainda vende bem, mas se tornou alvo do mesmo problema: a desvalorização na hora de revender.
No segmento de SUVs, que é um dos que mais crescem no mercado brasileiro, as unidades cinzas foram as que tiveram maior depreciação, de 11,09%. Nas modalidades de peruas e picapes, a cor segue tendo o pior desempenho, com perda de valor de 9,35% e 11,61%, respectivamente.
Revolução branca
Se tem uma cor que se reinventou por completo no mercado automotivo brasileiro foi o branco. Tachado durante muitos anos como cor de táxi, a tonalidade conseguiu romper esse paradigma e caiu no gosto do brasileiro, invadindo rapidamente as ruas.
Devido à grande aceitação, pode ser que o consumidor tenha que pagar um pouco a mais para adquirir um carro branco direto da fábrica. Uma pesquisa com as montadoras mostrou que a cor branca pode sair de R$ 250 a R$ 5 mil mais cara, dependendo de onde e de quem ela for comprada.
Por outro lado, na hora de revender, a tendência é de uma perda sensivelmente menor. Na categoria minivans, em particular, o branco aparece com depreciação de apenas 5,3%, um excelente desempenho tendo em vista as demais tonalidades. Nas outras categorias também segue com baixa depreciação.
Além disso, uma das vantagens do branco é o conforto térmico. Por não absorver tanto os raios solares quanto o preto, proporciona um ambiente interno mais fresco e agradável.
Vermelho: ame-o ou deixe-o
Muito associado à adrenalina e aos esportes radicais, porém também à beleza e ao desejo de consumo, o vermelho é uma cor querida e desejada por muitos, com grande aceitação entre quem pratica esportes ou viaja muito.
Mas antes de se decidir pela compra de um carro dessa cor, é preciso ficar atento, pois, ao mesmo tempo em que tem os seus atributos, o vermelho pode trazer algumas desvantagens.
O benefício do carro vermelho é que ele costuma ter o preço inicial mais baixo do que as outras tonalidades. Só que, na hora de revendê-lo, o proprietário ou revendedor pode se deparar com algumas dificuldades pelo fato de ser de uma cor bastante chamativa.
Depende bastante do tipo do carro. Nas minivans, por exemplo, o vermelho costuma ter uma desvalorização alta, de mais de 13%. Já na categoria de utilitários esportivos, o vermelho aparece como a cor do veículo que menos se desvaloriza, com índice de apenas 6,94%.
Logo, talvez essa seja uma cor mais “segmentada”, destinada realmente a um público específico e na qual só valha a pena investir tendo esse grupo-alvo como foco.
Tudo azul
Os carros azuis oferecem uma enorme variação de tonalidades no mercado, sendo encontrados desde tons claros e médios até o azul bem escuro, que lembra o preto.
Não é uma cor com tanta saída (geralmente fica na quinta ou sexta colocação das cores de veículo mais vendidas), porém pode ser tida como uma das melhores para revender, dada a sua baixa desvalorização.
Deixando de lado as nuances chamativas (turquesa, por exemplo), o azul se sai muito bem nas pesquisas de depreciação de valor, em especial nos segmentos dos hatchbacks e sedans. Nessas duas categorias, ela é a cor com as menores reduções de valor, de 7,7% e 8,45%, respectivamente.
Nos utilitários esportivos e minivans, é a segunda cor que menos se desvaloriza, mantendo as taxas sempre abaixo dos 9%.
Dessa forma, é mais uma cor que não está na liderança de vendas do país, porém que vem demonstrando um comportamento bastante interessante no momento da venda, tornando-se, assim, uma escolha a ser cogitada para quem atua nesse mercado.
Além do clássico
Não só de cores clássicas vive o mercado automotivo brasileiro. Pelo menos não mais. Assim como a mudança de comportamento com relação às cores preta e prata, quem trabalha com vendas de veículos já afirma que existe por aqui uma parcela de consumidores que preferem cores como amarelo, roxo, pink, azul-royal.
Essa aposta em cores mais fortes já é algo muito comum em países europeus, porém no Brasil está começando a ser notada agora, com modelos como o Jeep Renegade verde-musgo, o Nissan Kicks com teto laranja, o Citroën Aircross marrom e o Fiat Mobi roxo, por exemplo.
Entusiastas defendem que essa tendência veio para ficar. Ainda não existem pesquisas que mostrem as taxas de desvalorização de carros com esse tipo de cor, mas uma coisa é fato: se aconteceu com o branco, pode acontecer com outras cores.
Como se trata ainda de um nicho específico, uma excelente maneira de encontrar consumidores que apreciam cores diferentes é a internet, a partir de anúncios online. Ali, só clicará no anúncio de um carro colorido a pessoa que aprecia esse tipo de tonalidade. Mas a demanda está crescendo, por isso é interessante passar a disponibilizar essa alternativa para o consumidor.
Como vimos, ainda existe no país uma preferência com relação a certas cores, que fazem parte de uma postura tradicional do consumidor brasileiro. Por outro lado, existem tendências em relação à cor do veículo, que aos poucos demonstram que o novo veio para ficar.
O importante sempre é se manter atualizado e estar preparado para oferecer ao cliente aquilo que ele deseja e está disposto a consumir.
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