A Chery chegou ao Brasil em 2009 e se instalou na cidade de Salto, interior de São Paulo. Com o Tiggo sendo o primeiro modelo da marca a desembarcar no Brasil, poucos anos depois, em 2014, a montadora inaugurou em Jacareí sua primeira fábrica fora da China, com capacidade de produção total de 150 mil veículos por ano. Em meados de 2017, 51% da operação brasileira foi comprada pela Caoa, formando a nova Caoa Chery.
Em maio, a companhia chocou o mercado automotivo ao anunciar a paralisação das atividades de sua fábrica em Jacareí, levando à demissão da maioria de seus 600 funcionários. Segundo a montadora, sua produção ficará suspensa até 2025, enquanto sua linha passa por processo de modernização e atualização das linhas híbridas e elétricas. Conheça os motivos do fechamento da fábrica:
Baixo número de vendas e produção ociosa
Embora temporária, o fechamento da fábrica era esperado por especialistas. Com alta capacidade de produção, a Chery jamais chegou próxima da produção total de 150 mil unidades anuais. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenavabre), até abril de 2022 apenas três mil Caoa Chery Tiggo 3X foram vendidos, enquanto o sedan Arrizo não chegou a 900 unidades.
Altos custos logísticos
Os custos logísticos também foram grandes obstáculos a serem enfrentados. Se antes a fábrica brasileira recebia peças vindo da China, graças ao alto poder de produção das unidades asiáticas, com entraves logísticos devido a pandemia e o elevado preço do dólar, tal operação se tornou cara demais.
Fábricas
Veículos de imprensa especulam que, desde a compra pela Caoa, há a intenção de levar toda a produção para a fábrica de Anápolis, em Goiás, encerrando totalmente os trabalhos em Jacareí. Acredita-se que o motivo seriam os incentivos fornecidos pelo estado goiano, que garantem, por exemplo, desconto de 31% no IPI de veículos fabricados por lá.
Os carros produzidos em Jacareí eram o Tiggo 2, que saiu de linha ao final de 2021, Tiggo 3X, descontinuado com o fechamento da fábrica e o Arrizo 6, que passará a ser importado. Já os fabricados em Anápolis são: Tiggo 5X, Tiggo 7 e o Tiggo 8. Em 2020, a fábrica goiana alcançou a marca de 20 mil unidades produzidas.
Futuro da Caoa Chery
Seja em Anápolis ou Jacareí, o futuro da Caoa Chery e do mercado automotivo brasileiro parece ser a eletrificação. Se hoje tais veículos são caros, é possível perceber movimentos de grandes montadoras e até mesmo a chegada de novos players no país, a fim de nacionalizar a produção de carros elétricos. Basta saber se em 2025 a Chery terá forças para esse mercado.
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