Entre elogios e desconfiança, as montadoras asiáticas chegaram com tudo no Brasil. Nos últimos anos, a discussão sobre a viabilidade e o custo benefício de adquirir um veículo de uma marca oriental cresceu muito. Afinal, vale ou não a pena?
Em um mercado no qual certas marcas, principalmente americanas e europeias, já se estabeleceram entre os consumidores, a chegada de novos carros asiáticos plantou a dúvida entre os motoristas.
Não se preocupe! Mostraremos aqui tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Confira!
A expansão das montadoras asiáticas
Por muito tempo, o que o mercado brasileiro de automóveis conhecia de carros asiáticos se baseava nas montadoras japonesas. Honda, Mitsubishi e Nissan, por exemplo, já se estabeleceram em diferentes categorias de automóveis há algumas décadas. A Honda, por exemplo, chegou na década de 70 – ainda que só com motocicletas.
Rapidamente, o consumidor brasileiro se acostumou a essas marcas e compreendeu que havia um valor agregado muito grande em seus modelos: a qualidade. Algumas pesquisas de satisfação dos usuários, realizadas no Brasil, em 2012, colocavam a japonesa Toyota no topo do ranking.
Em seguida, vinham as sul-coreanas Hyundai e Kia, também famosas pela alta qualidade de seus automóveis, seguidas de perto pelas três japonesas citadas anteriormente.
Algo que pareceu surpreender muita gente foi a entrada das montadoras chinesas na disputa. Não pelo fato de buscarem seu espaço no mercado, mas pelo claro objetivo de desenvolver uma identidade própria e não apenas copiar modelos de outras marcas.
A China entra na disputa
Em 2011, ao mesmo tempo em que o mercado de eletrônicos era invadido por produtos chineses, a impressão é que a indústria automobilística passaria por uma verdadeira revolução.
O Brasil é um bom exemplo disso: modelos Chery e JAC Motors surgiram não apenas em propaganda de TV, mas se popularizaram rapidamente.
O motivo era simples de ser compreendido: enquanto montadoras já estabelecidas no mercado cobravam caros por itens adicionais, como o ar condicionado, os carros chineses surgiam como uma alternativa barata e completa.
Os veículos simples já contavam com direção hidráulica, ar condicionado e vidros elétricos de fábrica.
Com a popularização, surgiu a discussão. Vale ou não a pena?
O primeiro impacto nas vendas de modelos chineses
Um grande obstáculo para as montadoras asiáticas, depois de algum tempo, foi manter os preços em baixa.
Os impostos brasileiros são altos e isso refletiu diretamente no valor do produto, depois dos primeiros anos. Logo em seguida, surgiu a desconfiança sobre a qualidade desses veículos.
Por mais que o preço fosse acessível, o motorista brasileiro sabe que a facilidade – ou não – para encontrar peças é um critério fundamental para escolha de um carro no país.
Acontece que esse é um fator difícil de ser medido, mesmo com o anúncio de abertura de fábricas da JAC Motors e Chery no Brasil – apenas a segunda conseguiu concretizar o plano.
O resultado foi uma queda na venda de modelos populares. Soma-se à causa a crise econômica do país, que aumentou o desemprego nas classes mais baixas e dificultou a liberação de crédito para compras de automóveis.
A alternativa dessas montadoras foi investir em modelos mais caros, como os SUV – com exceção da Chery, que mantém a oferta do modelo QQ como veículo mais barato do Brasil.
Junto à JAC, a Lifan também viu o mercado aumentar para seus veículos SUV (T5 e X60). Trata-se do segmento que mais cresce, não só no Brasil, mas no mundo todo. Isso abriu os olhos das montadoras asiáticas para novas oportunidades.
Mudança no pensamento do brasileiro
Aos poucos, como era esperado, a mentalidade do motorista brasileiro quanto à confiabilidade dos carros asiáticos foi mudando.
Hoje, com alguns anos para formação de uma reputação no país, os veículos da JAC, por exemplo, já conquistaram a confiança de parte dos motoristas.
Por mais que as peças não sejam tão fáceis de serem encontradas, está longe de ser uma tarefa impossível. Em alguns casos, é possível adaptar peças de outras marcas. Porém, em geral, o jeito é esperar por alguns dias pela nova peça. O valor também é um pouco mais alto.
Entretanto, as montadoras chinesas vêm trabalhando incessantemente no desenvolvimento de modelos mais duráveis e de confiança.
Os resultados já são constatados: a exemplo dos modelos produzidos por outras marcas asiáticas de renome, os chineses já constam na lista dos que têm maior confiança dos motoristas.
Isso é possível pois, mesmo com a eventual dificuldade para se encontrar alguma peça do modelo, os veículos são mais resistentes e duráveis que os outros.
A qualidade é uma característica fortíssima dos modelos asiáticos, fazendo com que eles conquistem mais facilmente o consumidor.
Valorização dos carros asiáticos
Quando pensamos sobre o posicionamento desses modelos no mercado, uma questão vem logo à mente: os carros se manterão valorizados com o passar do tempo?
Afinal, sempre que pesquisamos um carro para comprar, é preciso pensar no futuro e considerar o momento da revenda. Perder dinheiro ninguém quer!
Se levarmos em consideração os modelos SUV, as montadoras asiáticas não só se mantém valorizadas como representam a fatia mais promissora do mercado.
Com o desenvolvimento de novos modelos e a perceptível aprovação dos consumidores por essa categoria, a tendência é que eles mantenham o valor agregado.
O acesso às peças, inclusive, deve ser cada vez mais fácil, já que o crescimento do mercado leva à abertura de mais fábricas em território nacional. Isso pode afetar diretamente a valorização dos modelos mais simples, desde que as montadoras invistam na fabricação de peças.
A qualidade do projeto já é reconhecida. É difícil acreditar que as empresas asiáticas abandonarão um mercado tão importante – já que, apesar do crescimento dos SUV, os veículos populares ainda são os mais vendidos no país.
A disponibilidade de peças pode trazer de volta os modelos mais simples e, a exemplo do Cherry QQ, outros carros asiáticos podem se popularizar nas ruas.
A Lifan mantém um índice baixo de vendas, mas significativo – já que conta apenas com o modelo SUV. É possível identificar uma desvalorização menor nessa categoria, por isso trata-se de um investimento bastante interessante.
Como você pode ver, as montadoras japonesas e sul-coreanas, em geral, já se estabeleceram no mercado brasileiro e representam o que há de mais alta qualidade em veículos de diferentes linhas.
Quanto aos chineses, há um crescimento interessante na linha de SUVs e a oportunidade de volta à fabricação de modelos populares.
Fique atento aos modelos 2018 de carros asiáticos pois eles dirão muito sobre as tendências do mercado dos próximos anos!
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