Senhoras e senhores: ela voltou! A nova Kombi chega ao Brasil para comemorar os 70 anos da Volkswagen no país. Nada mais justo, até mesmo porque se trata de um ícone da montadora de origem alemã, com fãs do Oiapoque ao Chuí.
A perua deixou de ser produzida há 10 anos por não se encaixar nas novas leis que proibiam a fabricação de modelos sem airbag e freios ABS, e agora atende pelo nome de ID.Buzz. No entanto, ela também pode ser chamada de Kombi elétrica sem problema algum. Isso mesmo! O principal destaque da nova Kombi 2023 é que ela é 100% elétrica.
A história da Kombi se confunde com a da própria Volkswagen no país, já que o modelo foi o primeiro a ser montado na fábrica da empresa por aqui — isso lá em 1953.
No entanto, à época, a Kombi era feita em regime CKD. Para explicar de forma mais simples, significa que suas partes vinham da Alemanha e eram apenas montadas no Brasil. A fabricação só se tornou nacional em 1957.
Em 56 anos de produção ininterrupta, a “Velha Senhora”, como a perua também é conhecida, teve 1.557.984 unidades fabricadas. Seu design característico e versatilidade a transformaram em um dos grandes sucessos da Volkswagen no Brasil.
Por esses motivos, a companhia traz 70 unidades da nova Kombi elétrica para o país com o objetivo de, como mencionamos anteriormente, celebrar seus 70 anos de Brasil. Vamos falar um pouco mais desse ícone? Vem com a gente!
Design
Para explicar um pouco sobre o design da Kombi temos de voltar lá atrás. Lá atrás mesmo, no fim da década de 1940, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial.
A fábrica da Volkswagen na Alemanha enfrentava inúmeros problemas logísticos com a saída das tropas de ocupação das suas instalações. Com isso, os funcionários tinham que encontrar uma solução para o problema e daí nasceu o Plattenwagen (“carro-plataforma” em tradução literal).
O modelo nada mais era que um chassi de longarinas sobre eixos de Fusca, com banco para motorista e um passageiro, e objetivo de transportar cargas. E era só isso mesmo. Não tinha portas, teto e nenhum outro tipo de proteção.
Quem enxergou o verdadeiro potencial do Plattenwagen foi o holandês Ben Pon. Ao visitar a fábrica de Wolfsburg, em 1947, o empreendedor viu as unidades de transporte andando de um lado para o outro e se apaixonou por sua versatilidade.
Pon acreditava que a Holanda e, consequentemente, a Europa necessitavam de um veículo do tipo na época. Isso porque o país, bem como boa parte do continente, foi muito afetado pela guerra.
Ao pedir autorização para vender o Plattenwagen, contudo, Pon se viu com um problema. As autoridades negaram o pedido, considerando aquele meio de transporte muito perigoso e primitivo.
Daí veio a sacada de gênio: a partir do conceito do Plattenwagen, Pon colocou o motorista na dianteira e criou uma carroceria capaz de otimizar espaço. E mais: capaz de trafegar pelas ruas sem maiores problemas. E assim nasceu o visual com carinha de pão de forma da Kombi.
O design do modelo é tão funcional e icônico que sofreu pouquíssimas alterações ao longo dos anos. Tanto é que a própria ID. Buzz, a Kombi elétrica, tem visual retrô com evidentes inspirações em sua antecessora. E vale frisar: a crítica especializada europeia e o público amaram.
Dimensões e Capacidades
Este é o grande trunfo da Kombi, motivo pelo qual a Velha Senhora foi fabricada por quase seis décadas. Por tomar como base o conceito do “carro-plataforma”, a perua tem capacidade muito acima da média nos quesitos transporte e versatilidade.
O modelo já nasceu com capacidade para levar quase 1 tonelada de carga. Algo digno de elogios não apenas para os padrões de época, mas também para os dias atuais.
Tomemos apenas como exemplo a Kombi Standard 1.4 Mi, das últimas a serem produzidas no Brasil. Ela tem carga útil de 1 tonelada e tem 4,5 m de comprimento, 1,72 m de largura, entre-eixos de 2,4 m e 2,04 m de altura. Isso com “porta-malas” de mais de 800 litros.
Justamente por conta desses números, a Kombi foi (e ainda é) utilizada para toda sorte de tarefas, tendo inúmeras aplicações. Uma excepcional ferramenta de mobilidade urbana.
A nova Kombi elétrica, por sua vez, tem opções para cinco e sete ocupantes. Esta última tem 3,29 m de entre-eixos, 4,87 m de comprimento, 1,97 m de largura e 1,89 m de altura. Não é um “tanque” como a predecessora, mas dá um bom caldo no quesito espaço interno.
Desempenho
Se você olhar para o tópico desempenho sob a ótica da velocidade, a Kombi deixa muito a desejar. Isso desde a época em que vinha com o motor 1200 a ar que entregava apenas 36 cv de potência.
Com o passar do tempo, ela seguiu entregando desempenho comedido. As mais recentes vêm, por exemplo, com motor 1.4 flex de 80 cv de potência e 12,7 kgfm de torque. Isso, aliado ao centro de gravidade muito elevado por conta da altura, não empolga ninguém.
Mas este nunca foi o propósito da Kombi. É justamente por isso que os motoristas da perua usam e abusam das duas primeiras marchas a fim de colocar a “Velha Senhora” para rodar lotada. E aí, amigas e amigos, ela cumpre muito bem seu papel!
A nova Kombi, por sua vez, abandonou o motor a combustão. A Volkswagen ID.Buzz é 100% elétrica e feita sobre a plataforma modular MEB — arquitetura própria da fabricante para veículos do segmento.
O modelo dispõe de bateria de 77 kWh que alimenta um motor elétrico que rende 204 cv e aciona o eixo traseiro. Usando corrente alternada (AC), a capacidade de carregamento é de 11 kW.
Ao usar uma tomada CCS em uma estação de carregamento rápido de corrente contínua (DC), a capacidade de carregamento pode chegar a 170 kW. Quando carregado desta forma, a bateria vai de 5% a 80% em cerca de 30 minutos. Sua autonomia é de até 425 km no ciclo WLTP.
Recursos Extras e Segurança
Embora sinônimo de robustez, equipamentos de conveniência e segurança também nunca foram o forte da velha Kombi. A nova, contudo, dá uma guinada de 180 graus e oferece, vejam só, requinte e muita tecnologia.
A ID.Buzz tem, entre os principais itens, frenagem automática de emergência, sensores de obstáculos na dianteira e traseira, assistente de mudança de faixa e até mesmo Turn Assist. Este auxilia o condutor em conversões transversais, o que é ótimo já que a Kombi elétrica tem seus quase cinco metros de comprimento.
O modelo tem ainda central multimídia com tela de 10 ou 12 polegadas e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay, quadro de instrumentos de 5,3 polegadas, ar-condicionado de duas zonas e faróis full-LED. Ah! E dispõe também de controle de cruzeiro adaptativo.
Conclusão
A “velha” Kombi tem inúmeras utilidades e, mesmo 10 anos fora de linha, segue como um dos veículos mais versáteis e robustos do mercado. Além disso, tem mecânica fácil, barata, e peças de reposição são encontradas sem maiores problemas.
Já a nova Kombi é um veículo de nicho. Luxuosa, tecnológica e segura, a ID.Buzz faz parte da nova geração de veículos eletrificados da Volkswagen. É uma peça integral nos planos de transição energética da montadora de origem alemã.
No Brasil, ao menos por ora, apenas 70 unidades serão comercializadas. Importada da Alemanha (é feita na unidade de Hannover), certamente tem tudo para assumir o posto de modelo mais caro da Volkswagen no país.
Para finalizar, a nova Kombi elétrica 2023 poderá ter preço acima dos R$ 400 mil em nosso mercado.
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