Em um estudo realizado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), 96% dos entrevistados pelo site afirmaram estar planejando a compra de um carro em 2021. Apenas 12% deles preferem comprar um carro 0km. A maioria, portanto, está em busca de custos mais atrativos.
Isso é um bom sinal para revendedores de veículos, pois o mercado está aquecido. Mas, pra não ter dor de cabeça, é preciso dedicar tempo na avaliação de carros usados.
Você, mais do que ninguém, sabe que comprar um carro usado para revenda tem muitas vantagens, porque abre uma boa margem pra negociação e, consequentemente, bons lucros. Mas se você não fizer uma boa análise do veículo, pode acabar pagando caro e dificultando bastante a revenda.
Para ajudar nessa tarefa, fizemos uma checklist dos principais pontos de atenção para evitar qualquer transtorno na compra e venda de carros usados!
Qual a importância da avaliação de carros usados?
A comercialização de carros usados representa muitas vantagens, tanto para o vendedor quanto para o consumidor. Esses veículos são negociados por preços mais atraentes, pagam impostos menores e têm um menor índice de desvalorização. Mas é preciso ficar atento aos riscos dessa operação.
A venda de carros usados cresceu bastante nos últimos anos, mas é preciso ter atenção na hora da compra. Afinal, você não conhece o histórico do veículo. Se não dedicar tempo a uma boa investigação, pode deixar de detectar avarias que vão gerar dor de cabeça na revenda.
Mas existem algumas ações que você pode tomar pra prevenir esses problemas e fazer uma negociação realmente vantajosa. Separamos alguns aspectos importantes pra você ficar de olho!
O que avaliar?
Em primeiro lugar, saiba que ser criterioso na hora da avaliação de carros usados dá trabalho e leva tempo, mas vale muito a pena. Veja só!
1. Chassi
O número do chassi é uma sequência com 17 caracteres que identifica seu veículo, dando informações sobre ano e local de fabricação, modelo e itens de segurança, por exemplo. É como se fosse um documento de identidade, sabe? Porém, ele não serve apenas pra identificar o veículo, também é usado pra detectar fraudes.
O código está presente em diferentes partes do carro, como motor, carroceria e vidros. O mesmo número está no Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), nos dois lados do documento.
Então, ao avaliar o carro, analise se o código do chassi é o mesmo no documento, na carroceria, nos vidros e no motor — confira, também, se o desenho das letras e números é igual. Muitos golpistas mudam o número do chassi, mas não fazem a remarcação nos vidros, porque não é comum as pessoas verificarem ali.
Se o número do chassi estiver danificado, será necessário fazer a remarcação, um serviço coordenado pelas agências do Detran. Isso pode acontecer por causa de acidentes, ferrugem ou até mesmo em furtos e roubos. Esse é um processo bem burocrático e caro. Por isso, não deixe que esses detalhes passem despercebidos.
2. Motor
O motor é uma das partes mais importantes na avaliação de carros usados. Não se engane: um motor limpo não significa um equipamento em bom estado. Pelo contrário. A falta total de óleo ou poeira revela que o carro foi limpo e que pode estar camuflando algum vazamento.
Então, é preciso fazer uma avaliação mais profunda, mesmo porque, em um teste rápido, dificilmente daria pra entender sua real condição mecânica. O ideal, portanto, é buscar um mecânico qualificado para fazer uma inspeção.
Alguns sinais que podem indicar problemas no motor são:
- cheiro de óleo queimado sob o capô;
- vazamentos no radiador ou no sistema de arrefecimento;
- vazamento de óleo;
- óleo sujo ou baixo nível de óleo na indicação da vareta;
- dificuldades na partida a frio;
- ruídos altos no motor;
- escapamento sujo de óleo — ele precisa estar preto de fuligem;
- fumaça azulada ou cinza;
- luz de injeção acesa após a partida do motor;
- falta de potência;
- falta de estabilidade em marcha lenta;
- superaquecimento verificado no indicador de temperatura.
É importante gastar tempo nesses testes e colocar o carro em diferentes ambientes, como descidas, subidas, trânsito pesado, rodovias, estradas de paralelepípedo, e assim por diante.
3. Pneus e rodas
Os pneus podem revelar bastante sobre o carro. Comece verificando a marca dos quatro pneus, as medidas e os possíveis desgastes. Se você perceber alguma desuniformidade, pode ser que haja problemas na suspensão ou até na estrutura do veículo.
Verifique se os pneus são do tipo runflat. Eles permitem rodar vazios a certa distância, até a troca. Mas são mais caros e, se tiverem bolhas ou outros danos, podem gerar custos imediatos.
Teste também os freios. Fique atento a qualquer ruído na frenagem, que talvez indique desgaste na pastilha. Nesse momento, é bom passar em ruas com desníveis. Se houver problemas na suspensão, será mais fácil escutar.
4. Conservação
A conservação dos acabamentos, tapeçaria e estofamento revela bastante o quanto o dono zelava pelo veículo. Fique atento a sinais de oxidação e sujeira nos cantos, pois talvez indiquem que o carro mergulhou em alguma enchente.
5. Lataria
Na lataria, o primeiro sinal é a pintura. Não avalie o carro molhado, em dias de chuva ou com iluminação artificial, porque nessas condições fica mais difícil fazer uma análise mais minuciosa.
Você deve ficar atento a diferenças de tonalidade na pintura, inclusive, na parte interna. Confira a junta entre as peças que estão bem alinhadas, especialmente, no capô, nas portas e retrovisores.
Desníveis, pontos de escorrimento de tinta ou até restos de fuligem de massa indicam que a lataria passou por alguma reforma. Isso pode ser sinal de um carro batido.
6. Componentes elétricos
Nessa parte entram o sistema de ar-condicionado, luzes, buzina, vidros elétricos, trava elétrica, alarme, painel, entre outros. Começando pelo painel, verifique o hodômetro. Se o pedal do freio apresentar sinais de desgaste, o carro terá, no mínimo, uns 60 mil quilômetros rodados.
Verifique, também no quadro de instrumentos, a luz do airbag, da lanterna, do motor e demais alertas. Após isso, dê a partida e teste a buzina, o ar-condicionado, os vidros elétricos e todas as luzes do veículo.
7. Documentação
Por último, e não menos importante, pesquise em órgãos específicos para verificar se há multas ou outras pendências. O carro pode estar em inventário, ter passado por leilão ou estar em alienação. Tudo isso precisa ser avaliado com cuidado.
Dependendo do valor do carro e das condições de revenda, o profissional pode usar serviços de terceiros que fazem uma avaliação completa, como o laudo cautelar. Essa atividade é feita por empresas inscritas no ECV (Empresas Credenciadas de Vistorias), que são regulamentadas pelo Denatran.
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