É difícil não dizer que há um antes e depois da Covid-19 quando se trata da economia. Em relação ao preço dos carros, essa percepção fica ainda mais clara, já que houve um grande aumento.
E não pense que isso afetou apenas os veículos saídos de fábrica. O preço de seminovos também passou por uma alta que pode interessar, inclusive, a quem comercializa esse tipo de automóvel.
Mas é preciso deixar claro: esse aumento não veio de repente. Além da questão da pandemia, existem outros fatores que contribuíram para essa mudança.
A seguir, vamos explicar para você quais foram os motivos para a alta de preço dos carros. Confira!
Qual é a situação do mercado automotivo no Brasil?
Olhar a tabela Fipe de carros atualmente é uma experiência e tanto — nos últimos 2 anos, os preços não só variaram, eles subiram de forma bastante desproporcional. E possível até encontrar valorização de carros em mais de 5%.
Isso acontece no mundo todo, mas especialmente no Brasil é possível sentir os impactos em modelos tanto mais em conta quanto os mais caros. Uma pesquisa feita pela KBB mostra que a média do aumento do preço dos carros de janeiro a dezembro de 2021 foi de 30%. Alguns modelos tiveram uma variação ainda maior, como o Volkswagen Gol, com 24%, e o Hyundai que chegou a 35%.
É claro que essa valorização não surgiu por acaso — além da Covid, os anos de 2020 e 2021 foram marcados pelo aumento do dólar. A moeda chegou a estar 22% mais alta, impactando diversos setores da economia, inclusive os veículos importados. Também influenciou a nossa linha de produção, já que muitas das peças são adquiridas em dólares. O aço, por exemplo, subiu muito de preço, variando em 30%.
Por fim, o ICMS, principalmente de São Paulo, aumentou em abril de 2021, chegando a passar dos 20%. O resultado é que as fábricas divulgaram a tabela Fipe de carros exclusiva para o estado.
Quais modelos sofreram mudanças nos preços?
Muitos modelos tiveram mudanças significativas nos preços. Desde o início da pandemia até a metade de 2021, os zero-quilômetros sofreram uma alta de valores que faz a diferença para o bolso do consumidor.
Já para quem vende é uma importante oportunidade, pois é a chance de analisar os valores do mercado para entender como precificar o seu produto de forma justa.
A seguir, mostramos alguns modelos e suas variações de preços para você ter uma ideia das margens de valor dos veículos.
Peugeot 3008 Griffe
Esse modelo de março de 2020 começou sua produção custando cerca de R$145.000. Já no final de junho de 2021, quem pensou em comprar esse carro direto da fábrica teve que desembolsar R$229.690, uma variação de quase 59%.
Toyota RAV4 SX Connect Hybrid
Esse é outro veículo que teve um aumento considerável, em cerca de 46%. Em março de 2020, no começo da pandemia, ele chegou a custar R$185.990. Porém, mais de um ano depois, o valor saltou para R$271.490.
Mercedes Benz GLC 220d Enduro
Outro caso de um aumento de quase 45%: em 2020, para quem tinha o sonho de adquirir essa Mercedes nova, teria que desembolsar R$329.900. Já em 2021, o valor era de R$475.000.
Volvo XC60 T8 Momentum Hybrid
O preço desse modelo Volvo no primeiro trimestre de 2020 era de R$245.000. Em junho de 2021, a variação chegou a 41,20%. Logo, o valor de um exemplar novo chegava a R$345.950
Volkswagen Gol 1.0 Urban Completo
Esse é provavelmente um dos modelos mais acessíveis do que mostramos aqui, mas não pense que seu preço não sofreu uma alta considerável. Em 2020, o valor era de R$43.260, enquanto em junho do ano seguinte foi para 59.920, um aumento de quase 39%.
Por que o preço dos carros novos aumentou?
Não é segredo para quem acompanha a tabela Fipe que o preço dos automóveis está mais alto. Como já falamos aqui, a pandemia teve uma influência grande nessa questão ao afetar a produção de peças essenciais para a fabricação dos carros.
As fabricantes diminuíram a produção de veículos, pois não havia semicondutores suficientes no mercado. Já que outra indústria, a de tecnologia, precisava dessas peças para a fabricação de seus componentes, o setor responsável não conseguiu dar conta da demanda.
Junte a esse fator a alta do dólar e o aumento da procura que não está equilibrada com a capacidade de produção das empresas. Todos esses aspectos resultaram em um preço mais alto dos veículos.
Como acontece a valorização dos carros usados?
A boa notícia é que com o aumento dos carros novos outro setor também começa a obter uma valorização em seus preços: carros usados. A falta de modelos novos no mercado, devido às poucas peças disponíveis, fez com que os consumidores olhassem para os carros usados com mais atenção. Por exemplo, nos EUA o custo médio de um veículo nessas condições está mais de US$25 mil. Em outras partes do mundo, como México, o aumento também é perceptível.
No Brasil, a queda na economia, a paralisação na produção e a falta de peças são fatores que exemplificam bem por que os carros usados estão aumentando de preço, principalmente com a redução de renda que fez com que os consumidores buscassem mais essas opções. É bom lembrar que muitas pessoas perderam os empregos durante esses 2 anos da pandemia.
Os dados mostram que entre 2020 e 2021, a venda de seminovos chegou a 17,8%, um resultado 3,5% maior do que em 2019, segundo a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores).
Hoje, você pôde entender um pouco mais sobre a variação no preço dos carros nos últimos dois anos. Devido à pandemia e às restrições econômicas para conter a circulação do vírus, muitos setores foram prejudicados, inclusive com a inflação do mercado automobilístico. Nesse caso, a falta de peças, como os semicondutores, foram cruciais para afetar os valores tanto dos novos quanto seminovos e usados, causando uma variação de preço bem alta.
Este texto foi útil para você? Quer continuar entendendo sobre esse mercado? Então, acesse o nosso artigo sobre como lucrar mais com a revenda de carros!
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