Neste 13 de maio, somam-se 89 comemorações ao Dia do Automóvel no Brasil, desde que a agenda foi oficialmente instituída no calendário nacional, em 1934, pelo então presidente Getúlio Vargas.
O nome oficial da data é Dia do Automóvel e da Estrada de Rodagem. Embora haja muitas informações controversas a respeito das motivações, a hipótese mais aceita sobre a escolha do 13/05 é a homenagem à primeira estrada totalmente pavimentada e de longa distância do país (cerca de 66 km), inaugurada neste mesmo dia e mês, no ano de 1926.
Esse marco só mostra o quanto a evolução do setor foi rápida. Basta pensarmos que o primeiro protótipo de carro a motor foi testado pela primeira vez em uma viagem de longa distância somente 36 anos antes.
Para celebrar a data, vamos fazer uma viagem no tempo e resgatar os eventos mais importantes do setor no Brasil que justificam a importância do Dia do Automóvel 2023. Além disso, conversamos com quem entende do assunto: Flávio Passos traz para nós sua contribuição para essa análise histórica e os impactos disso nos dias de hoje.
Apertem os cintos e boa viagem!
Evolução do setor automotivo no Brasil VS contexto mundial
Em 1888, na Alemanha, Bertha Benz, esposa do engenheiro Carl Benz, se aventurou em uma estrada de terra sem sinalização em um percurso de 100 km e sem o conhecimento do desenvolvedor daquela tecnologia inovadora para a época. Essa empreitada inusitada deu força para acelerar a motorização da sociedade e a urbanização, afinal, era preciso pavimentar os caminhos para que as pessoas comprassem veículos motorizados e substituíssem suas carroças a cavalo.
O Brasil realmente não perdeu tempo. Foi preciso menos de meio século para que os carros tomassem conta e as estradas pavimentadas fossem necessárias. Todo esse histórico torna o Dia do Automóvel muito significativo para os profissionais do setor automotivo e para os amantes da tecnologia em 4 rodas.
Nas palavras de Flávio Passos, VP de Autos e Comercial OLX, que concedeu entrevista exclusiva para o Dicas OLX Autos:
“A indústria automotiva brasileira tem uma história rica que reflete a evolução tecnológica, econômica e social do país ao longo do século XX e início do XXI. Desde a construção da primeira rodovia asfaltada, que fez o número de carros no Brasil aumentar rapidamente de 5 mil para 43 mil, até a criação de fábricas de autopeças e a proibição da importação de carros inteiros, em 1953, que levou à transformação de marcas como a Volkswagen, Mercedes-Benz e Willys-Overland em fábricas nacionais.”
Como surgiu o Dia do Automóvel?
Tudo começou com a política de urbanização do país promovida por Getúlio Vargas durante seus anos como presidente da república brasileira. Ele assinou o Decreto nº 24.224, de 11 de maio de 1934, instituindo o Dia do Automóvel, mas é claro que a data não se resume a um documento e uma assinatura de quase 90 anos atrás.
O Brasil foi estratégico no processo de popularização dos automóveis. O investimento na instalação de fábricas e montadoras permitiu ampliar a produção de veículos e a disponibilidade dos modelos no mercado, o que, por sua vez, facilitou o sistema de distribuição de mercadorias e matérias-primas pelo país e em direção aos portos
De fato, o papel desempenhado pelo Brasil é importante em ambos os mercados, interno e externo, sendo um grande fornecedor e exportador e vindo a se tornar um dos dez maiores produtores de automóveis do mundo. Por isso, demorou tão pouco tempo desde a criação do primeiro carro motorizado, na Alemanha, até a instituição do Dia do Automóvel no Brasil, pela capacidade e pelo interesse econômico em acelerar a urbanização.
Curiosidades da história do automóvel no Brasil
Você sabia que o primeiro carro brasileiro foi o Romi-Isetta, fabricado pela empresa brasileira Romi, em 1956? O carro era uma versão do modelo italiano Isetta, mas com um motor adaptado para a gasolina brasileira.
Já o primeiro semáforo do Brasil foi instalado no Rio de Janeiro, em 1928. Ele era operado manualmente por um policial de trânsito, que ficava em uma cabine controlando o fluxo de veículos através de sinais sonoros e visuais. Em 1934, foi instalado o primeiro semáforo elétrico na cidade de São Paulo, no Brás. Já pensou como seriam as grandes cidades sem semáforo elétrico? Não dá nem para imaginar!
Viu como tudo foi muito rápido? Entre o semáforo manual e o elétrico, a distância é de somente seis anos! Foram tempos de desenvolvimento impressionante para o setor automotivo brasileiro e as transformação nunca pararam, como bem nos lembra Flávio Passos:
“Hoje em dia, o setor automotivo brasileiro continua a evoluir, com o programa governamental Rota 2030 definindo as regras para a produção de veículos no país nos próximos 15 anos. O programa exige maior eficiência energética, segurança veicular e estimula a criação de soluções de mobilidade, direção autônoma e capacitação profissional. Essas mudanças estão influenciando diretamente o dia a dia dos brasileiros, com mais opções de carros elétricos e híbridos no mercado e a introdução de tecnologias de assistência ao motorista.”
Por que o Dia do Automóvel ainda é relembrado?
Quem olha para os aglomerados urbanos brasileiros pensa que já não tem mais para onde ir, mas a verdade é que há muito a construir, otimizar ou consertar, especialmente em locais em que houve urbanização desordenada ou nas áreas rurais já inseridas na cadeia econômica e que ainda estão muito isoladas.
Interessante, né? O que tudo isso tem a ver com carros ou com o Dia do Automóvel 2023, afinal? Tem tudo a ver! A mobilidade urbana é um desafio desde 1934, e não há data melhor para trazer o assunto em pauta. Em entrevista para o Dicas OLX Autos, Flávio Passos falou um pouco sobre o tema:
“Os desafios atuais do mercado automotivo em relação a recursos e novas tecnologias são diversos, incluindo a necessidade de atualização constante em relação às novas tecnologias embarcadas nos veículos, bem como a adaptação às regulamentações e exigências governamentais no que diz respeito à segurança.
Vale ressaltar também a conscientização dos usuários profissionais sobre a necessidade de adoção de práticas sustentáveis e a busca por veículos com menor impacto ambiental, além da capacitação técnica, de forma a se adaptarem à nova realidade do mercado, como as novas tecnologias dos carros elétricos e autônomos, por exemplo.
Plataformas de e-commerce, como a OLX, por exemplo, oferecem oportunidades para os profissionais do setor automotivo alcançarem novos clientes e expandirem seus negócios de forma sustentável.”
Sustentabilidade em destaque no mundo dos carros
Na equação entre sustentabilidade, automóveis e mobilidade urbana, o Brasil é um forte candidato a encontrar a solução. Nossa capacidade agroindustrial é imensa e os biocombustíveis aqui produzidos, a partir da cana-de-açúcar e do milho, são agentes importantes na transição energética da economia. Junto dos carros elétricos, as alternativas renováveis aos combustíveis fósseis são o grande segredo para descarbonizar o setor.
Tudo isso também está muito alinhado aos interesses dos consumidores mais jovens. “A Geração Z, composta por indivíduos nascidos entre a segunda metade dos anos 1990 e 2012, é caracterizada por sua grande conectividade e responsabilidade social. Ao contrário de seus pais, esses jovens não veem o automóvel como um símbolo de status”, comenta Passos.
E ele ainda completa: “Para se conectar com esse grupo, as empresas precisam oferecer opções de mobilidade urbana que vão além do carro e priorizam a conectividade. Como a Geração Z é a primeira a nascer na era digital, sua preferência por aplicativos de mobilidade como Uber, Google Maps e apps de transporte público é natural. Por essa razão, especialistas apontam que a mobilidade intermodal é a chave para o setor automotivo.
O carro deve ser encarado como parte de um ecossistema de mobilidade conectado, que não se opõe ao transporte público ou à mobilidade ativa. Além disso, a Geração Z se importa com a responsabilidade ambiental e social das marcas. As empresas devem ser vistas como solucionadoras de problemas, e não como criadoras deles. Nesse contexto, os carros elétricos, integrados ao metaverso, terão mais sucesso com essa geração.”
A realidade brasileira em números
Quando perguntamos para Flávio Passos quais as previsões para o futuro próximo do setor automotivo no Brasil, ele explorou alguns dados interessantes, bastante discutidos a nível mundial nos principais eventos do mercado de automóveis em 2023. Segundo ele:
“No primeiro trimestre de 2023, a produção e venda de veículos novos e usados tiveram um crescimento de 11% e 22%, respectivamente, em comparação ao mesmo período do ano anterior, apesar da escassez de semicondutores e da taxa de juros elevada. De acordo com o relatório Análise Setorial da OLX Brasil – que acompanha as tendências do mercado automotivo brasileiro –, a baixa demanda por veículos novos de alto valor resultou na interrupção parcial da produção das montadoras, levando os consumidores a optarem por carros usados com mais de nove anos.
Já nesta edição do SXSW – um dos maiores eventos globais com foco em inovação – inteligência artificial foi o tema em destaque. Durante o festival, foram apresentados carros autônomos, que podem revolucionar a mobilidade urbana nos próximos anos.
Um exemplo disso foi a capacidade autônoma de estacionamento desenvolvida pela Mercedes-Benz, apresentada por meio do curta-metragem Valet Guys. O recurso já está disponível no modelo New S-Class, vendido em Stuttgart, na Alemanha, e é um grande avanço na tecnologia automotiva, permitindo que um carro de luxo se estacione sozinho.
Essas inovações mostram que a conversa sobre carros autônomos já mudou. Antes, as discussões giravam em torno de quando e como isso seria possível, e de que forma garantir a segurança. Agora, a discussão é sobre como as pessoas vão aproveitar o tempo livre que terão em carros autônomos, mostrando que essa tecnologia já é uma realidade próxima e que tem muito a oferecer.”
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Nossa paixão por carros tem milhares de quilômetros rodados
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